Sim, é possível!!!

SIM, É POSSÍVEL!!! UMA FANTÁSTICA EVOLUÇÃO NA EXPERIÊNCIA DE AMAMENTAÇÃO

(Análise de um testemunho de amamentação à luz de informação baseada em evidência científica)

“… lembro-me de ficar aterrorizada, porque tinha imensas coisas para tratar: mamilos de silicone, não ingerir leite materno suficiente, dor nos mamilos, bebé a adormecer na mama, mamilos aparentemente não salientes. Confesso que, por alguns minutos, pensei não ser possível dar a volta a esta situação.”

DOR AO AMAMENTAR

“… a dor que sentia nos mamilos era uma tortura.”

A dor nos mamilos ao amamentar pode acontecer por vários motivos.
Esta dor pode levar uma mãe – mesmo que inconscientemente – a amamentar por menos tempo ou com menos frequência.
(OMS/Unicef)

No entanto, amamentar com dor não pode ser considerado “normal”! Não é o “normal”!
Daí a importância de avaliar a possível causa para assim intervir e apoiar a mãe a amamentar com eficácia e sem dor. 

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“Apesar da dor que ainda sinto nos mamilos, uma vez que as sessões continuam a decorrer, não se compara com a dor agonizante que sentia…”

USO DE MAMILOS ARTIFICIAIS

“subitamente decidiu que o meu mamilo não era saliente o suficiente e praticamente obrigou o meu marido a comprar mamilos de silicone. Como mãe de primeira viagem aceitei aquilo que me disse e senti-me culpada por o meu corpo não ser capaz de alimentar o meu filho de forma natural, sem recorrer a adaptadores. (…) Disseram-me que seria praticamente impossível deixar de usar mamilos de silicone…” 

Os mamilos artificiais são dispositivos utilizados em algumas situações específicas de amamentação. Colocam-se sobre o mamilo e aréola e são habitualmente em silicone.
Podem ser um acessório útil, mas apenas devem ser usados como último recurso, preferencialmente de forma temporária, e sob a orientação de profissional com experiência na amamentação.
Se não forem usados corretamente ou se forem usados em situações em que não são mesmo necessários, podem interferir negativamente na amamentação, nomeadamente diminuição da produção de leite, insuficiente ingestão de leite pelo bebé e problemas na mama. (Murray, 2020)

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“… conseguimos que ele agarrasse na mama sem mamilo de silicone. (…) diretamente da maminha.”

DURAÇÃO DAS MAMADAS

 “Cada mamada durava em média 1h/1:30h e, por vezes, ao retirá-lo da mama chorava com fome.” 

 A duração das mamadas de cada bebé depende de vários fatores. Alguns desses fatores são:
• idade do bebé: um bebé com já algumas semanas/meses, normalmente extrai o leite que necessita em menos tempo;
• pega: a pega eficaz permite ao bebé remover o leite da mama em menos tempo;
• fluxo de leite: se o fluxo de leite da mama é lento, o bebé precisa de mais tempo para extrair o leite que precisa;
• estado de saúde do bebé: um bebé prematuro ou com alguma condição de saúde problemática pode demorar mais tempo em cada mamada.
Embora durante os primeiros dias de amamentação seja comum os bebés estarem na mama por períodos prolongados, ao fim de alguns dias/semanas, se o bebé mamar eficazmente, as mamadas duram em média entre 10 a 20 minutos. Assim, quando as mamadas permanecem com uma longa duração, é importante avaliar se o bebé está a receber o leite que necessita e se, porventura, há alguma causa passível de otimização que esteja a implicar esse longo tempo de mamada. (Murray, 2020)

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“As mamadas que demoravam 1h/1:30h passaram também a demorar 15/20 minutos.” 

LEITE ARTIFICIAL COMO SUPLEMENTO

“Na primeira pesagem tinha já emagrecido, como é normal, e na segunda tinha perdido bem mais de 10% do peso inicial. Ouvimos coisas como “têm um bebé preguiçoso, que adormece na mama”. Lá tivemos que introduzir o leite adaptado, com a ressalva de o colocar na mama primeiro, para não parar a produção de leite materno. Contudo, após alguns dias, a perceção era de que praticamente não ingeria leite materno, porque acabava sempre por beber a quantidade aconselhada de leite adaptado.” 

A OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de vida, de acordo com a evidência de que o leite materno constitui o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido.

Em algumas situações são introduzidos suplementos de leite artificial aos recém-nascidos, no entanto, segundo a OMS, são poucas e específicas as situações em que realmente o suplemento de leite artificial é necessário. A suplementação com leite artificial deve ser uma decisão baseada nos riscos e benefícios da mesma, nomeadamente quanto aos efeitos na amamentação.

“A administração inapropriada de suplementos pode minar a confiança da mãe na sua capacidade de satisfazer as necessidades nutricionais do seu filho (…) A introdução de leites artificiais ou outros suplementos pode fazer diminuir a frequência das mamadas, o que reduz o estímulo na mama e consequentemente leva a redução da produção de leite” (Academy of Breastfeeding Medicine, 2017).

Segundo um estudo de 2014, a suplementação com fórmula infantil no hospital, entre as mulheres que pretendiam amamentar, foi associada a um risco quase duas vezes maior de não amamentar exclusivamente nos dias 30 a 60 e a um risco quase três vezes maior de interromper a amamentação até ao dia 60 (Chantry et al, 2014).

Assim, se um bebé necessitar, por razões clínicas, de suplementar por algum tempo as mamadas com leite artificial, as mães que pretendem (voltar a) amamentar exclusivamente devem ser incentivadas e apoiadas a manter ou incrementar a sua produção de leite, para que, gradualmente e de forma segura se diminua a quantidade de leite artificial fornecida ao bebé. (Unicef)

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“… fomos reduzindo o leite adaptado e hoje, com 2 meses e três semanas, o nosso bebé só se alimenta de leite materno, diretamente da maminha.” 

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Podes conhecer o testemunho completo aqui.

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Marta Rodrigues
_Enfermeira/CAM/Mãe de 3 filhas
_Responsável Amamenta Braga

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